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Então é Natal!

por: Frei Ademir Sanquetti
A liturgia do Natal recorda todo o realismo da Encarnação terrestre do Verbo de Deus. O Filho de Deus, permanecendo Deus, é também real e concretamente homem; Ele se manifesta na realidade total do homem.


A graça própria da celebração do Natal é a da nossa adoção divina. O Mistério do Natal não nos oferece somente um modelo para imitar a humildade e pobreza do Senhor que está deitado na manjedoura, mas nos dá a graça de sermos semelhantes a Ele. A manifestação do Senhor conduz o homem à participação da vida divina. Assim, a verdadeira espiritualidade do Natal consiste em "viver Cristo que está em nós" e manifestá-lo com a vida no seu mistério de obediência, pobreza e humildade. Portanto, o fruto espiritual do Natal deve nos levar ao empenho moral de viver a graça da Redenção e da Regeneração, de conservar interiormente o Espírito Santo que nos faz filhos de Deus.
O atual contexto sócio-cultural, com seus apelos para um "natal mágico", consumista e turístico, aproveita uma forte tradição religiosa para transformar a festa cristã em festa pagã. Uma visão devocional e sentimental dos episódios da natividade do Senhor (presépio, Missa da meia-noite) corre o risco de esvaziar, na mente dos fiéis, o significado salvífico do evento da Encarnação.
Nossa ação pastoral na comunidade é chamada a renovar a sua fé, colocando-se como sinal de Cristo pobre (cf. Lc2,12). A meditação do mistério da Encarnação e dos meios pobres, através dos quais o Verbo encarnado revela a sua divindade e o seu messianismo, deve trazer luz e força para o empenho de testemunho e de ação missionária da comunidade que celebra o Natal do seu Senhor. A celebração do Natal não pode   desperdiçada, mas valorizada como dom de amor, de verdade e de esperança para todos os homens do nosso tempo.
Enfim, porque Deus nos faz filhos seus em Cristo, inserindo-nos como membros da Igreja, a graça do Natal exige também uma vida de comunhão fraterna. Que Deus e seu Amor seja o que nos une neste Natal.
Abençoado Natal a todos!
Feliz ano Novo!
Frei Ademir Sanquetti