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Quaresma: arrumar a casa, o Templo, a vida, a Igreja...

por: Frei Jorge Luiz Maoski
O período da Quaresma que vivemos e celebramos é tempo fecundo para uma sincera conversão. A Igreja nos convida para um retiro, para um mergulho no mistério da nossa vida, nossa fé, nossa vocação e missão.


Antes de iniciar sua missão, Jesus fez um retiro de quarenta dias no deserto, com jejum e oração. Mesmo assim foi ali tentado pelo diabo (Lc 4, 1-13) tendo que vencer as provações sem ceder às artimanhas do maligno. Nos ensinou que para vencer as tentações, que são inevitáveis, é preciso se alimentar pela Palavra de Deus, não criar outros deuses  na terra e não viver em função da glória e do poder deste mundo, pois são enganadores. Só assim viveremos como novas criaturas e seremos um povo de ressuscitados, à caminho da Páscoa definitiva.

O monge beneditino Anselm Grun faz uma bela meditação sobre o sentido da quaresma. Num de seus livros ele apresenta algumas sssantes:

- QUARESMA: tempo de treinamento da liberdade interior. Isso se aplica a tudo, também para o comer e o beber, simplificando a comida, tendo maior sensibilidade para com o alimento e apreciando a dádiva do alimento, evitando a voracidade animalesca com relação à refeição. Precisamos exercitar, no todo da nossa vida, a atitude da liberdade interior, que na prática significa: rezar mais, falar menos, nunca gritar, não fazer juízo dos outros, lidar com as pessoas com mais atenção e carinho.

- QUARESMA: tempo para uma limpeza do corpo e da alma, pelo jejum e oração. È tempo de caminhar na direção do outro (esmola), vivendo a partilha e a solidariedade. É tempo de se livrar de tudo que não presta e não serve, mas que me amarra e me prende.

- QUARESMA: tempo que dou a mim mesmo, com mais silêncio, recolhimento, com uma boa leitura e uma revisão de vida. Sem dúvida é um tempo da Graça e da Conversão.

Com estas dicas sigamos celebrando na vida e na liturgia a Quaresma deste ano e caminhemos para a Páscoa esperançosos, alegres e na certeza de que somos chamados a participar com Jesus da sua Ressurreição, passando pela Cruz, numa vida de entrega e doação. Em Jesus somos vitoriosos e a última palavra quem tem é a vida e não a morte. Este nosso último e maior inimigo já foi derrotado. SALVE Ó CRUZ VITORIOSA, DA QUAL PENDEU A SALVAÇÃO DO MUNDO.
                                 
PAZ E BEM! Frei Jorge Luiz Maoski