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SANTA CLARA DE ASSIS - 11 de agosto

por: Walter Barduchi
Em 1212, a jovem Clara de Assis seguiu o atraente exemplo de Francisco e viveu, dentro da clausura e na contemplação, o ideal de pobreza evangélica. Surgiu, assim, a Ordem das Clarissas, ou a Segunda Ordem Franciscana.


Santa Clara nasceu em Assis, Itália, por volta de 1194, numa família rica e nobre. Seus pais chamavam-se Favarone e Hortolana, sendo Clara a filha primogênita. Com Inês e Beatriz, suas irmãs menores, que mais tarde também entrariam no Mosteiro de São Damião, Clara esforçava-se no amor a Jesus e sentia em seu coração o chamado para segui-lo.

Clara sonhava com uma vida mais cheia de sentido, que lhe trouxesse uma verdadeira felicidade e realização. O estilo de vida dos frades a atraía cada vez mais. Depois de muitas conversas com Francisco, aos 18 de março de 1212, (Domingo de Ramos), saiu de casa sorrateiramente em plena noite, acompanhada apenas de sua prima Pacífica e de outra fiel amiga, e foi procurar Francisco na Igrejinha de Santa Maria dos Anjos, onde ele e seus companheiros já a aguardavam.

Em frente ao altar, Francisco cortou-lhe os longos e dourados cabelos, cobrindo-lhe a cabeça com um véu, sinal de que a donzela Clara fizera a sua consagração como Esposa de Cristo. Nem a ira dos seus parentes, nem as lágrimas de seus pais conseguiram fazê-la retroceder em seu propósito.

Poucos dias depois, sua irmã, Inês, veio lhe fazer companhia, imbuída do mesmo ideal. Alguns anos após, sua mãe, Hortolana, juntamente com sua terceira filha Beatriz, seguiu Clara, indo morar com ela no conventinho de São Damião, que foi a primeira moradia das seguidoras de São Francisco.

Com o correr dos anos, rainhas e princesas, juntamente com humildes camponesas, ingressaram naquele convento para viver, à luz do Evangelho, a fascinante aventura das Damas Pobres, seguidoras de São Francisco, muitas das quais se tornaram grandes exemplos de santidade para toda a Igreja.

Antes mesmo de sua morte, que se deu no dia 11 de agosto de 1253, já havia 75 Mosteiros de sua Ordem, em nove países da Europa. Hoje suas filhas, em número de 21.000 aproximadamente, continuam a sua missão silenciosa e escondida nos 1.000 Mosteiros espalhados pelos cinco continentes do mundo.

As Irmãs Clarissas vivem um estilo de vida contemplativa, sendo enclausuradas. Quer dizer que não têm, normalmente, uma atividade pública no meio do povo, dedicando-se mais à oração, à meditação e aos trabalhos internos dos mosteiros.

As Clarissas no Brasil

As Clarissas foram as primeiras religiosas a se estabelecerem no Brasil. Aos 09 de março de 1677 chegaram de Évora (Portugal) as monjas fundadoras do Imperial Mosteiro de Santa Clara do Desterro. Com o deplorável aviso do Ministério da Justiça de 19 de maio de 1855 que fechou em todo o território nacional os noviciados das casas religiosas, a comunidade foi se extinguindo. Aos 06 de março de 1915 falecia a última Clarissa do Desterro, com 84 anos de idade. Por 13 anos no Brasil não havia nenhum mosteiro Clariano, até que em 1928, com a chegada ao Rio de Janeiro de 08 filhas de SANTA CLARA, procedentes do Mosteiro de Düssel (Alemanha), refloresceu o velho tronco. A vitalidade da Ordem se afirma hoje, em nossa Pátria, através dos 18 Mosteiros, localizados em diversos pontos do país. Em todos os Mosteiros, em média, as comunidades se dedicam sete horas à oração. Todos os Mosteiros se mantêm pelo seu próprio trabalho, confecção de hóstias, paramentos, círios pascais, velas, imagens, cartões, artesanato, e por doações espontâneas.