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INDULGÊNCIA - "O DIA DO PERDÃO"

por: Frei Carlos Ignácia, OFM.

Santa Maria dos Anjos – Porciúncula:

Dizem que o nome de Santa Maria dos Anjos provém do fato de que naquela ermida, fundada por quatro peregrinos de retorno da terra santa, era venerado um fragmento do túmulo da Virgem Santíssima e que sempre se ouvia no local o canto dos espíritos celestes. Foi também nesta capela tão pequena, que recebeu o nome de Porciúncula, isto é, “pequena porção” ou “pedacinho”, que o Santo patriarca, Francisco de Assis, recebeu a célebre indulgência do “Dia do Perdão”.

O nome “Santa Maria dos Anjos” recorda a intercessão da Virgem Santíssima em favor dos pecadores, auxiliando São Francisco a alcançar a Indulgência.

O Seráfico Pai Francisco, por singular devoção à Santíssima Virgem, consagrou especial afeição à capela de Santa Maria dos Anjos ou da Porciúncula. Aí deu inicio a Ordem dos Frades Menores e preparou a fundação das Clarissas; e aí completou felizmente o curso de seus dias sobre a terra. Foi também aí que o Santo Pai alcançou a célebre Indulgência, que os Sumos Pontífices confirmaram e estenderam a outras muitas igrejas.




Indulgência

O pecado tem uma dupla conseqüência em nossa vida. O pecado grave nos priva da comunhão com Deus e, conseqüentemente, nos torna incapazes da vida eterna; esta privação se chama “pena eterna” do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no estado chamado purgatório. Esta purificação liberta da chamada “pena temporal” do pecado. Estas duas penas não são castigo de Deus, mas uma conseqüência da própria natureza do pecado.

O perdão do pecado e a restauração da comunhão com Deus implicam a remissão das “penas eternas” do pecado, mas permanecem as “penas temporais” do pecado.

Indulgência é a remissão diante de Deus da pena temporal, seqüela dos pecados já perdoados no que se refere à culpa ou à “pena eterna”.

Dia do perdão:

Em 1216, enquanto rezava pela conversão dos pecadores, apareceu a Francisco de Assis (1181-1226) um anjo pedindo que fosse à Porciúncula. Ao chegar à igrejinha, encontrou a Virgem Maria e Jesus rodeados de anjos. Jesus lhe pergunta o que ele desejaria receber como melhor auxílio para conseguir a salvação eterna das almas. O seráfico pai pediu-lhe então, para todos aqueles que, tendo confessado e comungado, visitassem a igrejinha, a completa remissão de todas as suas culpas.

O Senhor acolhe o seu pedido, mas pede que Francisco solicite essa indulgência ao Papa. No dia seguinte, Francisco encontra-se com o Papa, que lhe concede a indulgência estabelecendo que todo aquele que entrar na Igreja de Santa Maria dos Anjos, sinceramente arrependido de suas faltas e confessado, seja absolvido de toda pena e de toda culpa.

Esta indulgência vale somente durante um dia do ano: começa às 12 horas do dia 01 de Agosto até o entardecer do dia 02 de Agosto, todo ano. Este dia da indulgência é conhecido como "Dia do Perdão", dia que tem como padroeira Nossa Senhora dos Anjos, intercessora em favor dos pecadores.

Mais tarde, outros Papas foram estendendo o privilégio para outras igrejas franciscanas, e hoje, por decreto da Sagrada Congregação de Indulgências, qualquer Igreja Católica de qualquer país, tem o benefício dessa Indulgência.

Assim, ganham a Indulgência, todas as pessoas que tendo feita a confissão sacramental, visitarem uma Igreja nos dias mencionados, receberem a comunhão eucarística e rezarem um “Pai nosso”, uma “Ave Maria” e um “Glória”, pelas intenções do Santo Padre, o Papa. Poderão utilizar a Indulgência em seu próprio benefício, em favor de pessoas falecidas ou daquelas que necessitam de conversão do coração.