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Nosso caminhar para a Páscoa

por: Frei Jorge Maoski, ofm
Iniciamos, no último dia 9, com a quarta-feira de Cinzas, nossa caminhada para a Páscoa. Vivemos, na Liturgia e na vida, esse tempo da Quaresma, tempoda Graça do Senhor, tempo fecundo e rico para uma séria conversão, para revisão de hábitos e atitudes, para que nasça o novo.


A Quaresma é um grande retiro para toda a Igreja e para cada um de nós. Tempo da escutaatenta da Palavra, tempo do encontro com Deus na oração, feita no quarto como manda Jesus, tempo da prática da partilha e da solidariedade, tempo da superação do egoísmo e ambições desmedidas, tempo de jejum como ato da nossa liberdade, não só diante de alimentos e bebidas, mas de outros exageros e vícios que nos corrompem e nos desviam do caminho da Vida, principalmente do supérfluo, quando tantos irmãos não tem aquilo que é absolutamente necessário para sua sobrevivência.

O jejum, a oração e a esmola-caridade, mais do que fins em si mesmos, são meios que nos ajudam no processo lento e permanente da conversão, da passagem do velho para o novo.

Todos necessitamos de um reajuste em nossas atitudes, de uma profunda revisão de nossos critérios, no pensar e no agir. É bom lembrar que a quaresma não é uma espécie de regra “desmancha-prazeres”, não é um tempo fúnebre nem triste. Mas é uma chamada à autenticidade de nosso viver e conviver, uma mensagem e um apelo de libertação e liberdade diante de tudo.

Se trata de uma busca de se libertar das aparências, da hipocrisia, da luxúria, das vaidades e vícios que nos escravizam. Não podemos ser vencidos pela febre do consumismo.

Não podemos ouvir a voz da serpente, mandando em nossas vidas. É preciso obedecer a Voz de Deus, pois essa nos traz sabedoria e vida nova.

A caminho para a Páscoa, renovamos nossa fé e nossa esperança, nos renovamos interiormente e iluminamos nossos passos. Descobrimos que nosso culto a Deus não pode ser vazio, feito só de belas declarações vazias de amor, ou do formalismo religioso, mero cumprimento de obrigações, mas sem nos comprometer com a vida dos irmãos e com a Vida no planeta, que geme em dores de parto (Rm 8,22). O culto que agrada a Deus, nas palavras do profeta Isaías, é dividir o pão com os famintos, vestir o nu,hospedar o desamparado, partilhar o somos e temos. O jejum que agrada a Deus é a abstenção do consumo dos bens supérfluo. Esse é o desafio da nossa Quaresma e da nossa vida. Só assim faremos a passagem e nascerá o novo ser, novo homem e nova mulher. Só assim haverá Páscoa, a de cada ano e a Páscoa definitiva. Paz e Bem.

Frei Jorge Maoski, ofm

ORAÇÃO PARA O TEMPO DA QUARESMA

Damos-te graças, Pai, por este tempo de conversão que vivemos.

Bendizemos-te por Cristo, em quem brilha a esperança.

Louvamos-te pelo Espírito que nos renova es antifica.

Pedimos-te pelos que inutilizam a sua vida amontoando coisa desnecessárias.

Queremos mudar, crescer e melhorar para poder seguir-te com disponibilidade e desprendimento de coração.

Não permitas que fiquemos arrumando desculpas vazias para nos justificar de tudo, do que somos, fazemos ou deixamos de fazer.

Ensina-nos o caminho da Vida nova e da verdadeira conversão e ajuda-nos a vencer as tentações do nosso dia – a –dia.

AMÉM